
A gente tem essa mania de querer controlar tudo, das menores decisões do dia a dia aos grandes planos que fazemos para o futuro. Mas, de tempos em tempos, a vida vem com um sopro mais forte e nos lembra, com delicadeza ou com dor, que nem tudo está em nossas mãos.
Há coisas que não dependem da nossa força de vontade, dos nossos desejos mais sinceros ou dos planos que traçamos com tanto cuidado. Existem acontecimentos que pertencem apenas a Deus e Ele, em Sua sabedoria, conhece o tempo certo de cada coisa. E, às vezes, esse tempo é o do NÃO. Às vezes, o que tanto queremos simplesmente não vai acontecer. E tudo bem… ainda que doa.
Aos poucos, a vida vai nos mostrando que o controle que achávamos ter era só uma ilusão. Que estamos, na verdade, à deriva em um mar de incertezas, aprendendo a navegar à medida que as ondas surgem. E talvez, o segredo esteja justamente aí: em aprender a surfar mesmo quando o mar não está calmo.
Eu queria muito algo. Muito mesmo. Mas a vida, ou melhor, Deus me mostrou a dádiva da espera. Mostrou-me que nem tudo acontece quando eu quero, do jeito que eu quero. Que minha vida está nas mãos d’Ele, e que o meu papel é simplesmente confiar.
Mas o que fazer nesse tempo de espera? O que fazer quando aquilo que sonhamos parece tão distante e a sensação de impotência bate à porta todos os dias?
A resposta, ainda que simples, é desafiadora: viver. Viver enquanto o tempo passa. Viver enquanto a música toca. Dançar com ela, ainda que fora do ritmo, com um sorriso no rosto e o coração aberto. Porque, no fim, a vida acontece mesmo sem a nossa permissão completa e talvez, isso seja uma bênção disfarçada.







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