O que resta ao meu eu do futuro?

Hoje, olhei para o meu eu do passado, do presente e até tentei imaginar o meu eu do futuro. Busquei entender tantas coisas… e falhei. Talvez o maior erro tenha sido justamente esse: tentar entender a mim mesma e aos outros.

Talvez eu morra sem compreender certas atitudes, como o fato de algumas pessoas colocarem os erros dos seres humanos, que são seres tão ridiculamente imperfeitos, acima de Deus, que é lindamente perfeito. Eu juro que tentei entender. Procurei razões. No passado e talvez até nesse presente tão confuso tentei ser como eles, viver as mesmas desculpas. Mas não encontrei sentido.

Mentira. Talvez até tenha visto algumas verdades no meio de tudo, mas nelas também vi mentiras, justificativas rasas, disfarces de uma dor não resolvida.

Procurei o meu eu de ontem para saber onde foi que ele errou, qual foi a falha que permitiu certas coisas acontecerem. Cheguei a brincar que o Flash deve ter feito alguma burrada tão grande que bagunçou toda a linha temporal e é por isso que estamos vivendo esse presente tão louco. Mas, no fundo, era só eu tentando negar a realidade. Tentando repetir as mesmas desculpas esfarrapadas que eles sempre usaram.

Tentei mostrar uma, duas, três, quatro vezes que Deus não tem culpa das falhas humanas. Que Ele continua perfeito, mesmo quando somos miseravelmente imperfeitos. Insisti tanto que alguém precisou me dizer: “Insistir é inútil. Você precisa deixar o passado onde ele está. O que morreu, morreu. As pessoas mudaram. Siga em frente.”

Mas será que é mesmo minha culpa sentir demais, quando tantos ao meu redor parecem sentir de menos? Ou talvez eles também sintam demais, só que de uma forma que não me inclui. Uma forma em que eu não caibo.

Eu só queria que soubessem: Deus ainda os espera. Ele nunca foi o problema. É mais fácil se afastar de pessoas do que deixar que elas o afastem de Deus. Mas de que adianta eu dizer isso, se no fim sou só mais uma “intensa demais”? Aquela que sente demais, pensa demais, fala demais, insiste demais…

Então, o que me resta?

Resta avisar ao meu eu do futuro: talvez insistir seja mesmo inútil. As coisas mudam. As pessoas mudam. As situações escapam do nosso controle. E nem todos vão entender a imensidão de Deus como eu entendo.

Mas ainda assim… resta-me o olhar. O sorriso. A oração.

Porque talvez o insistir não seja assim tão inútil!


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