
Hoje eu completo 33 anos… e, para ser bem sincera, me sinto completamente perdida! Para falar a verdade, perdida apenas profissionalmente Me formei em Rádio e TV, mas já não me enxergo mais nessa profissão. Na verdade, tenho fugido dela. Ainda assim, não nego que essa formação me trouxe aprendizados valiosos, afinal, conhecimento nunca é demais.
Porém, nos últimos tempos, redescobri um amor antigo, que sempre esteve aqui, quietinho: os livros. Não só escrever, mas falar sobre eles, compartilhar, viver esse universo. Seja aqui no meu blog, nas redes sociais ou no meu perfil Confusidades. Me apaixonei de vez por tudo que envolve o mundo dos livros: da escrita ao processo de publicação, até vê-los prontos nas estantes das livrarias.
Esse amor sempre existiu, mas ficou um pouco adormecido quando a paixão pela TV me levou a escolher Rádio e TV como curso. Só que hoje… meu amor pelos livros fala muito mais alto. E se for pra enfrentar os desafios de uma profissão mal remunerada que, infelizmente, também não oferece estabilidade, que seja fazendo algo que me faz feliz.
Em 2021, comecei a faculdade de Letras pensando em investir na minha carreira como escritora. Mais adiante, troquei o bacharelado pela licenciatura, acreditando que queria ser professora. Mas, a vida dá voltas… e por questões financeiras, precisei trancar o curso. Agora, percebo que quero voltar, mas voltar para o bacharelado. Porque entendi que meu lugar não é na sala de aula, mas sim no universo dos livros: na escrita, na produção, na edição… quem sabe, no futuro, ter minha própria livraria ou até uma editora.
Só que… fazer uma transição de carreira aos 33 anos é assustador. Assusta pensar em começar de novo, fazer outra faculdade, encarar TCC, ser estagiária, se sentir perdida de novo. Ao mesmo tempo, há uma chama acesa dentro de mim que diz: não é o fim… sempre é tempo de começar.
E, na verdade, não estou começando do zero. Carrego comigo quatro livros publicados, dois deles em formato físico, que eu mesma diagramei, busquei ISBN, pesquisei, fiz acontecer e tudo na raça, sem nenhum curso.
Quando olho para minha história, lembro que nasci e cresci na periferia do Capão Redondo, especificamente na favela do Jardim Comercial. Vejo que muitos jovens com quem cresci já não estão mais aqui… vítimas de overdose, de violência, de uma realidade que muitas vezes não dá chance pra recomeços. E aí eu olho pra mim: formada, fazendo uma segunda graduação, quatro livros publicados, viajei duas vezes para fora do país e uma delas em intercâmbio falo, inglês avançado e estou aprendendo espanhol.
Às vezes, me comparar com outras pessoas de onde vim, e ver onde cheguei parece até errado, mas é olhando para o passado que percebo o quanto já caminhei.
Tenho muitos sonhos. Talvez muitos para quem já tem 33 anos… ou talvez poucos para quem ainda tem 33 anos. Depende da lente que você escolhe olhar. O que eu sei é que viver é isso: se perder, se reencontrar, e buscar transformar o trabalho não apenas em fonte de sustento, mas também em fonte de sentido e prazer. Porque, no fim das contas, a gente passa mais tempo trabalhando do que fazendo qualquer outra coisa.







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