
Às vezes, a sensação é de que nada faz sentido. O mundo, como o conhecíamos, parece ter sido levado por uma ventania forte, e o que resta é um palco onde a imaginação reina, enquanto o egoísmo de cada um nos impede de perceber esse grave engano.
As coisas se esvaem pelos dedos, como areia fina que o vento carrega sem destino certo. O que era real, o que parecia ter seu lugar exato, é levado para algum lugar desconhecido. E então, o que sobra é a consciência de que nada estava realmente no lugar. Nada era tão normal ou real quanto pensávamos.
Ainda assim, num impulso quase automático, a gente sorri e segue em frente, fingindo que tudo está em ordem, que a vida é concreta, que os pensamentos são sinceros e verdadeiros. Mas a verdade é teimosa. Antes mesmo que a tristeza possa ser escondida, as dúvidas transbordam em lágrimas que escorrem por um rosto cansado, por olhos caídos que perderam o brilho. Olhos distraídos, confusos, inconscientes.
Por quanto tempo mais teremos tantas perguntas sem resposta? Os olhos se fecham, as horas se perdem no sono, e acordamos para um mundo que já não reconhecemos.
É o medo da vida …. Um medo profundo que as palavras bonitas tentam, em vão, disfarçar. Mas não há o que esconder. Esse medo parece uma sombra que nunca vai nos deixar.







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