Um dia estranho (e bonito)

Acordei hoje com uma sensação estranha. Não era tristeza, nem exatamente alegria, era algo no meio do caminho!! Talvez fosse um daqueles dias em que o espelho resolveu ser gentil e o coração, paciente.

Olhei para mim, despenteada, com olheiras e sem maquiagem, e pensei: “até que gosto de mim assim”. E isso, confesso, já foi um bom começo. Lá fora chovia, o ônibus atrasou, e ainda assim havia algo bonito no ar. Uma espécie de leveza, como se o mundo tivesse decidido, por um dia, ser mais gentil também.

Sentei-me ao lado de uma senhora que segurava um guarda-chuva roxo. Ela sorriu para mim sem motivo, e eu sorri de volta. É incrível como certos gestos simples parecem milagres quando o coração está disposto a enxergá-los.

No meio do caminho, a calça rasgou (porque claro que rasgaria justo hoje), a alergia atacou e alguém me empurrou na fila. E ainda assim, em vez de soltar aquele palavrão pronto na ponta da língua, eu apenas disse: obrigada. Não sei se para a pessoa, para Deus ou para mim mesma, mas no fim agradeci…

Talvez seja isso que os dias estranhos fazem: lembram a gente de agradecer até pelo que não faz sentido. Pelos tropeços, pelos atrasos, pelos guarda-chuvas roxos e pelas pequenas borboletas que aparecem em meio ao caos.

Hoje, mesmo com o mundo virado do avesso, tudo parece dar certo antes mesmo de começar. É um dia raro, desses que merecem ser guardados num cantinho da memória e para ser revivido sempre que o desânimo bater à porta.

Porque há dias que não vêm para nos testar, e sim para nos lembrar: o simples fato de existir já é milagre suficiente.


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Prazer, Grazi

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