A chama da escrita se apaga em meio a uma paisagem de detalhes sórdidos, fragmentos sem valor que se perdem como folhas ao vento. Nada parece sólido o suficiente para ser extraído, lapidado e compartilhado. De que vale tanto alarde para a falta de talento, para a inércia da alma? É o desgaste da vida, que nos transforma em meros fantoches, arrastados por uma existência fácil, desprovida de porquês.
Escrever exige inspiração. E quando ela não existe, é fácil compreender por que as palavras não fluem, por que o texto se resume a algo fraco e mal-sucedido. É o reflexo de mãos que seguram a vida com pouca força. O resultado é um vazio, uma soma de pensamentos fracos, motivações frágeis, paixões inexistentes. O amadurecimento, então, revela-se muito mais do que abandonar a infância. É um processo doloroso de deixar para trás o drama que nos alimentava a criatividade e aprender a ler a vida com outros olhos, encontrando a profundidade não na dor, mas na sabedoria da experiência.
Confusidades 
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