Tememos a entrega, o risco de parecer boba, de querer demais. Nos refugiamos na espera, desejando uma iniciativa que não parte de nós, em um jogo silencioso de quem cede primeiro. Cada palavra, cada resposta, é cuidadosamente calculada, uma defesa contra o medo de parecer menos do que somos.
Construímos fachadas, fingindo gostar de filmes ou livros que nunca vimos, apenas para agradar. Mas por que transformar algo tão puro em um labirinto de estratégias?
Gostar de alguém não deveria ser um jogo de sedução, um duelo de interesses. Deveria ser a fluidez de uma conversa boba no WhatsApp, livre da ansiedade do que ele vai pensar ou para onde tudo isso vai.
Por que nos perdemos em tantas perguntas e complicações? Gostar deveria ser o sorriso que surge no canto da boca, o brilho nos olhos, a alegria que invade o corpo.
Gostar é a liberdade de ser vulnerável. É poder mostrar o seu nervosismo, sua risada estranha e o seu jeito bobo de encarar a vida, sem máscaras ou discursos planejados. É se permitir ser, simplesmente ser.
Confusidades 
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